O Mercado do Bolhão assinala o terceiro aniversário da sua reabertura com uma campanha que homenageia saberes e sabores, relembra as tradições dos mercados de frescos e celebra as experiências vividas no espaço, onde permanecem quase 70% dos comerciantes históricos.
No terrado, o coração do Bolhão, estão abertas 76 das 79 bancas existentes, das quais 53 são de comerciantes históricos. A oferta mantém-se fiel à sua vocação original: 63 bancas, correspondentes a quase 80% da totalidade dos espaços, dedicam-se a produtos alimentares, enquanto 13 são de produtos não alimentares, pertencentes a comerciantes históricos.
Entre estas encontram-se sete floristas, três bancas de plantas, duas de artesanato e uma outra dedicada ao ofício já raro do amolador, que continua a marcar presença no mercado.
O Bolhão mantém, assim, a sua identidade com cerca de 70% das bancas ocupadas por comerciantes históricos e sem nunca ter sido lançado um concurso para bancas de produtos não alimentares. Apesar de todas as bancas terem estado já ocupadas, duas licenças foram recentemente extintas por motivos de foro pessoal e familiar.
Agosto com o dia mais concorrido
Desde a sua reabertura, em 2022, somam-se mais de 17 milhões de visitantes ao mercado. O dia 12 de agosto deste ano iniciou como um dia normal na rotina, mas tornou-se o dia em que o Bolhão recebeu mais de 34 mil pessoas. A média diária de visitantes, em 2025, ronda as 20,5 mil pessoas.
Recorde-se que, nos dias 12 e 13 de setembro, o Bolhão abre portas a uma programação especialmente dedicada à comemoração do terceiro aniversário da sua reabertura, com um concerto da banda "Deixem o Pimba em Paz", que une as vozes do humorista Bruno Nogueira e da vocalista dos Clã, Manuela Azevedo, aos instrumentistas Filipe Melo, Nuno Rafael e Nelson Cascais.
Reforço do diálogo com comerciantes
Três anos após a reabertura, a escuta ativa aos comerciantes, central na gestão da GO Porto, foi reforçada.
Ao longo de 2025, realizaram-se cerca de 80 reuniões, individuais e coletivas, com os comerciantes do mercado, fundamentais para conciliar interesses e responder às necessidades das várias tipologias de comerciantes, com visões e necessidades diversas.
Entre estes encontros incluem-se, também, várias reuniões periódicas com o Grupo de Trabalho de Comerciantes do Mercado do Bolhão, criado pelos próprios comerciantes para defender os seus interesses comuns e tornar o diálogo e o trabalho cooperativo com a entidade gestora mais próximo e eficaz.
Este grupo representa 43 comerciantes, dos quais 37 históricos, sendo o único núcleo atualmente reconhecido como representante dos comerciantes de todo o mercado.
Temas como a revisão do regulamento, a reorganização do mercado ou a definição de critérios para reduzir a percentagem de produtos prontos a consumir nas bancas estiveram em destaque nas sessões de trabalho conjunto.
O trabalho com o grupo de comerciantes resultou já em vários diagnósticos e na implementação de medidas concretas, como a disponibilização da cozinha de workshops para comerciantes que necessitam de sistemas de exaustão e a implementação de um sistema de controlo de gaivotas e pombos.
Está igualmente em curso a análise de viabilidade financeira e técnica para reorganizar as bancas do terrado, prevendo-se a adaptação das bancas de bebidas alcoólicas de forma a reduzir-se a circulação de indivíduos com copos e os ajuntamentos de grupos mais expressivos no meio dos corredores do mercado. Estes deverão ser realocados junto da Escadaria Principal e a ervanária para uma loja exterior, possibilitando a criação de um espaço que pode ser destinado ao descanso dos comerciantes.
Foram ainda revistas as categorias admitidas nas Feirinhas e Mercadinhos da Galeria, que passaram a integrar não apenas produtos alimentares, mas também artigos locais e artesanais, promovendo a captação de públicos distintos e reduzindo ofertas concorrenciais junto das bancas e dos restaurantes.
Abanca-te no Bolhão: hastas públicas para restaurante
Ainda durante o mês de setembro será lançado um concurso público, através de hastas públicas, para atribuição de um espaço de restauração destinado à categoria de Tapas e Petiscos. O espaço em causa tinha sido anteriormente adjudicado, mas nunca chegou a abrir ao público por motivos de foro pessoal. A entidade responsável comunicou recentemente à GO Porto a sua extinção, libertando assim o espaço para novo concurso.
Este concurso não inclui, contudo, as três bancas atualmente disponíveis, uma vez que se encontra em curso o processo de reorganização de espaços do terrado, nem as duas lojas por ocupar, já que os projetos de divisão destes espaços se mantêm em curso.
Só após a sua conclusão, que originará quatro espaços de menor dimensão, será possível avançar com a abertura de hastas públicas para a sua atribuição.