Era uma vez um livro sobre tradição e património, com capítulos sobre obra e modernidade, mas também sobre batalhas no enredo e uma vontade coletiva como fio condutor. Entre as histórias que se contam do caminho que deu vida ao Bolhão – do temporário ao "é para sempre" –, encontra-se um autêntico grupo de protagonistas: os comerciantes. Com textos de Cláudia Coutinho de Sousa, Maria João Leite, Olga Teixeira e Rui Ochôa, o livro “Mercado do Bolhão” foi apresentado ao final da tarde desta quarta-feira.
"Objetivamente, aquilo que existiu sempre no Bolhão foi uma verdadeira batalha pela manutenção do mercado de frescos", considera o presidente da Câmara do Porto.
Recordando a quem ali trabalha um processo de recuperação "com muitas dificuldades, muito antes do meu tempo", com "momentos dificílimos, como quando vos dissemos que tinham de passar para um mercado temporário", Rui Moreira enalteceu a perseverança dos comerciantes.
Mais: a confiança. "As promessas feitas eram tantas, as ameaças, que os comerciantes tinham razão para desconfiar, mas foi a vossa confiança que nos permitiu avançar com este projeto", acredita o autarca.
Antes do "Longo Caminho para um novo Bolhão", capítulo dedicado ao processo de restauro e modernização, a publicação conta a história de "Quantas vidas teve o Bolhão". Entre as dezenas de páginas estão, também, a voz das vendedeiras e vendedeiros do mercado, o momento alto da reabertura do espaço e uma secção protagonizada por uma personagem bem portuense: Germano Silva.
Deixando a história entre as páginas de um livro, Rui Moreira não tem dúvida de que, o "felizes para sempre" do mercado e de quem o conta todos os dias, isto é, "o sucesso do Bolhão, vai, acima de tudo, depender de vocês".
Na visão do autarca, "uma cidade é um sítio onde as pessoas se juntam, locais e turistas. A grande vantagem é encontrarmo-nos uns aos outros". "O próprio Bolhão é uma cidade e vocês são o coração da cidade", concluiu.
"Mercado do Bolhão" é o terceiro livro da coleção "Fazer Cidade", coeditada pelo Município do Porto e pelas Edições Tinta-da-china, sobre a transformação de alguns equipamentos e iniciativas durante os últimos 12 anos. Estão já disponíveis as publicações sobre o Teatro Municipal e a Feira do Livro.









